Lavras é uma das cidades do Ceará
de traço social mais sólido. E a sua história política é uma das mais
fascinantes do Estado.
Capital do Vale do Salgado e porta
de entrada para o Cariri, em seu solo cultivaram-se, à larga, o algodão e a
rapadura, até meados do século precedente. E hoje ali se cultivam a memória do
seu passado glorioso e o altíssimo abandono do seu patrimônio arquitetônico.
O município de Lavras, no entanto,
caminha soberano para o seu segundo centenário, a perfazer-se a 20 de maio de
2016: três anos, portanto, após o quarto jubileu da sua freguesia, criada a 30
de agosto de 1813.
São muitos os tesouros do seu
contributo cultural. É terra de artistas famosos, quais Sinhá d’Amora, Gilberto
Milfont, Aury Porto, Vicente de Paroca, Bruno Pedrosa, Francisco Araújo e
Nonato Luiz; e de escritores consagrados, oito deles na Academia Cearense de
Letras.
E mais: Lavras da Mangabeira é
pátria de cinco senadores, quatro ministros, cinco desembargadores, dezenove
deputados estaduais ou federais e quarenta e seis sacerdotes da ordem secular.
Fideralina Augusto Lima é a sua principal
representação no plano mitológico e na política que se fez à margem dos
partidos. A Família Augusto é o traço social icônico da sua genealogia.
É a mais expressiva de todas as
famílias do lugar. A mais alta. A que mais se distinguiu em honras e em grau de
expressão no plano estadual.
Joaryvar Macedo é o historiador mais
destacado da velha Atenas Cearense; e Rejane Augusto é a continuadora da sua
tradição.
Mas o que importa destacar, no
momento, é que esses dois escritores estão unidos pela republicação do livro – Os
Augustos –, divulgado por
Joaryvar Macedo, em 1971, e depois reapresentado para os leitores, em sua 2ª
edição (Fortaleza: Editora ABC, 2009), pela competência de Rejane Augusto,
encarnação da mulher lavrense que nunca deixou de pelejar.
Com essa nova versão atualizada e
revista de Os Augustos, Rejane
Monteiro Augusto Gonçalves assinala o coroamento dos seus projetos de pesquisa,
que já montam a cinco, em volumes que estão de pé, honrando a tradição dos seus
ancestrais.
Louva-se, pois, a genealogia
cearense com a reedição desse livro seminal, tecido com as linhas da história
oral e ancestral e com a metodologia da pesquisa que se concretiza com a
verificação dos registros mais antigos e originais.
Rejane Augusto e Joaryvar Macedo estão completamente plenos neste livro;
e a Família Augusto, de Lavras da Mangabeira, estão de parabéns. É parceria,
portanto, que deve perdurar, referência que são esses Augustos da nossa mais
viva e vera tradição.