Intelectual, professor e pesquisador de renome – atividades a que se
dedicou sempre com esmero –, Alzir Oliveira nasceu no sítio Mareco, nas
proximidades de Quitaiús, município de Lavras da Mangabeira, aos 06 de maio de
1945.
Filho de Vicência Bezerra de Oliveira e Raimundo Benício de Oliveira;
foram seus avós maternos: Cristina Francisca de Sampaio e Joaquim Tomás de
Aquino Sampaio, e, paternos: Maria da Cruz Neves e Firmino Benício de Oliveira.
O nome com que foi batizado constituiu uma homenagem de seu pai ao Padre
Alzir Sampaio, vigário de Lavras por mais de trinta anos e grande amigo da
família.
Aprendeu as primeiras letras no sítio Roça Velha, vizinho ao sítio
Mareco, com a Profa. Dona Mocinha, transferindo-se depois para o Grupo Escolar
de Quitaiús, onde estudou com a Profa. Altair Leite, cursando até a metade do
quarto ano primário.
Em 1956, com a decisão de seu pai de ir morar em Juazeiro do Norte, em
busca de horizontes para sua atividade comercial e chances de educação dos
filhos, Alzir passou a estudar no Colégio Salesiano Dom Bosco, onde concluiu o
primário e iniciou o ginasial.
Em 1959, foi estudar no Instituto Padre Rinaldi, na cidade de Carpina,
Pernambuco, ali terminando o ginásio e iniciando o científico, que veio a
concluir no Colégio Diocesano do Crato, em 1965.
O curso de Graduação em Letras foi realizado na Faculdade de Filosofia
do Crato, vinculada à Universidade Regional do Cariri, no período de 1966 a 1969,
tendo por colega de vida acadêmica o seu conterrâneo Joaryvar Macedo.
De 1964 a 1970, lecionou História Geral e Língua Inglesa, no Colégio
Diocesano do Crato e em outros educandários da cidade, tais o Ginásio Pio X e o
Colégio Santa Teresa.
De 1971 a 1978, foi professor de Linguística e Língua Portuguesa na
Faculdade de Filosofia de Cajazeiras, hoje Centro de Formação de Professores,
tendo lecionado também na Faculdade de Direito de Sousa e no Curso de Letras da
Fundação Francisco Mascarenhas, em Patos.
Em 1978, passou a ensinar na
Universidade Regional do Nordeste, ingressando, em 1980, na Universidade
Estadual da Paraíba, como professor de Linguística e Língua Latina, ali
permanecendo até 1994, quando se aposentou, tornando-se professor visitante
dessa Universidade de 1995 a 1998. Nessa última data, ingressou, como professor
concursado, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde permanece.
De 1975 a 1978, cursou mestrado em Língua Portuguesa na PUC-RJ, com área
de concentração em Dialetologia; e, de 2003 a 2007, realizou o seu doutorado em
Linguística Aplicada, no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da
UFRN, desenvolvendo pesquisas voltadas para o ensino das línguas clássicas, nas
áreas de letramento e de gêneros discursivos.
Integrante do grupo Civilizações Antigas, organizado por
docentes da Universidade Federal de Minas Gerais, o professor Alzir Oliveira
tem participado de inúmeras viagens de estudo, com visitas a sítios
arqueológicos greco-romanos na África, Ásia e Europa.
Em 2000, esteve na Sicília (Itália); em 2001, visitou os Sítios
Arqueológicos da Grécia e da Turquia; em 2003, viajou a Bari (na Itália); e, em
2009, realizou o Roteiro de Dom Quixote, na Região de La Mancha, na Espanha,
visitando a França em 2011.
É autor de vários ensaios no
campo da sua especialidade, destacando-se, entre eles, “Território da
Linguagem”, “Discurso e Prática do Latim no Ensino de Graduação” e “Tradições Populares
da Pecuária Nordestina”, incluído este último no Dicionário Crítico Câmara Cascudo.
É sócio
efetivo da Associação Brasileira de Linguística, do Grupo de Estudos
Linguísticos do Nordeste, da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos e da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
Sempre empenhado na efetivação dos
seus estudos científicos, ainda não se permitiu a sua estreia no campo
literário. Os seus poucos poemas revelados, contudo, não deixam de expressar os
seus sentimentos com relação à terra que o viu nascer.
Avesso a notoriedades, nunca se deixou
levar por vaidades ou elogios de qualquer natureza. A sua formação humanística
e a sua simplicidade constituem os seus grandes atributos, sendo também
relevantes as suas qualidades espirituais e humanas.
As reminiscências da infância,
vivida no sítio Mareco, em Lavras da Mangabeira, constituem o seu ancoradouro,
orgulhando-se de ser ribeirinho do Riacho do Rosário.
Trata-se, portanto, de um
cearense que muito bem nos representa, no campo da erudição e no estudo do
grego e do latim; e que honra, com a sua vocação de humanista, a cultura
letrada do Brasil.
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