Antônio Joaquim Pimenta nasceu em Lavras da Mangabeira, aos 24 de agosto
de 1857; e, ainda em tenra idade, viu-se transferido com a família para a Vila
do Icó, dali saindo em 1868 para residir na Capital da Província.
Em 1870, viajou para a Povoação
da Venda, depois cidade de Aurora, em companhia do seu irmão, Urbano Leopoldo Pimenta,
então negociante naquela localidade.
Regressando a Fortaleza, em 1872, empregou-se
no comércio a varejo, tendo ingressado no Liceu do Ceará, em 1875, instituição
na qual realizou alguns preparatórios.
Em 1879, fez concurso para as vagas existentes
na Alfândega do Ceará, sendo nomeado por José Júlio de Albuquerque Barros, então
Presidente da Província, para o lugar de Praticante da referida Alfândega, na
qual alcançou o posto de segundo escriturário.
Em 1893, foi removido para a
Alfândega de Santos, como Ajudante do Guarda-Mor, sendo, no ano seguinte,
nomeado segundo escriturário dessa repartição, que compreendia, na época, o
embrião da Receita Federal.
Em 13 de abril de 1894, esse
inquieto cearense, ainda residindo na cidade de Santos, aparece assinando um
manifesto de apoio ao Presidente Floriano Peixoto, em face de sua vitória
diante da Revolta da Aramada.
Com a reorganização da Alfândega
da São Paulo, foi nomeado primeiro escriturário dessa repartição, que seria
extinta, em 1897, oportunidade em que passou a trabalhar na iniciativa privada,
até que, em 1898, foi nomeado primeiro escriturário da Alfândega de Santos,
passando depois para o cargo de Conferente dessa instituição.
Em
19 de junho de 1913, foi dispensado, a pedido, da função de Conferente da
Alfândega de Santos, em face da sua nomeação para o cargo de Ajudante em
Comissão da Inspetoria desse mesmo órgão federal, posto no qual tomou posse aos
20 de junho de 1913.
A
dimensão de fiscalista e de financista, contudo, é aquilo que mais conta na sua
trajetória, pois foi nessa seara que Antônio Joaquim Pimenta mais se elevou, no
plano da sua vida profissional.
Se
voltarmos no tempo, nesse pertinente, vamos constatar que, por oficio de 23 de
julho de 1900, o Governo de São Paulo solicitou ao Governo Federal a
constituição de uma comissão para apurar o Encontro de Contas entre Estado São
Paulo e a União, com base na Lei Federal nº 260, de 24 de dezembro de 1894,
residindo nesse ponto, talvez, a mais séria controvérsia financeira da Primeira
República, entre a União e uma de suas unidades federadas.
Por ato
de 18 de novembro de 1900, o então Ministro da Fazenda designou o chefe da secção
da Alfandega de Santos, Joaquim Nazareno Henrique do Amaral, e o Escriturário
daquele Ministério, Antônio Joaquim Pimenta, para integrantes dessa comissão,
tendo, a 28 de novembro de 1901, o Governo de São Paulo indicado o seu último
componente, Antônio Ernesto da Silva, Provedor da Fazenda Estadual.
Os trabalhos da Comissão se arrastaram até 1920,
cabendo a Antônio Joaquim Pimenta os papéis de Auditor e Relator dessa
memorável querela; e tanto se esmerou esse lavrense em resolver essa importante
questão Federativa, que viu o seu nome hasteado na história das finanças do
Brasil.
Além
dos seus conhecimentos de Direito Alfandegário e de Ciência das Finanças,
destacou-se esse ilustre cearense nos meios sociais e econômicos de São Paulo,
especialmente como produtor e comerciante, na fase imediatamente posterior à
sua aposentadoria, destacando-se no Diário
Oficial da União, de 31 de outubro de 1938, como um dos contribuintes de
impostos do Governo Federal.
O
seu nome está citado em várias edições do jornal – O Estado de São Paulo, nas primeiras décadas do século precedente,
figurando também no Dicionário
Biobibliográfico Cearense, do Barão de Studart, e no livro 1001 Cearenses Notáveis, de F. Silva
Nobre.
Segundo o professor Edmilson Barbosa, os
Pimentas teriam chegado ao Ceará partir da região do Médio Salgado, provenientes
da Paraíba, onde já haviam agitado demais o sangue quente de que são
portadores.
Os seus ancestrais imediatos é possível que
sejam os primeiros membros da família a ingressar do Ceará, pela Ribeira do Rio
do Peixe, tendo a Vila de São Vicente Ferrer como destino.
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