“Homem sou belo, macho sou forte, poeta sou altíssimo”,
assim, se auto definia o grande poeta Vinicius de Moraes. Belo de alma, de
sentimento a flor da pele, amava a noite, a música, as musas e a lua.
O nosso velho e amigo camarada embalou o sonho de muitas
gerações, fez famosa a sua Garota de Ipanema, definiu a fidelidade como poucos,
ensinou como viver um grande amor e agraciou seus amigos com o Samba da Bênção.
Acho mesmo que o nosso poetinha, como todo ser noturno amava
as tardes, em especial as de descanso na velha e pacata Itapuã, onde desfrutava
do sol, do mar e do ar.
No seu rico mundo imaginário e infantil construiu uma casa
muito engraçada que não tinha nada, nem mesmo endereço, porque ela não existia.Na
realidade ela só existiu nas suas memórias de criança, de um passado distante
que deixou florescer já na sua fase adulta. Talvez um retorno ao passado como
se quisesse nascer de novo ou viver tudo outra vez.
Tinha o amor como vício, como ofício, como profissão. Amava
incondicionalmente e impessoalmente, e expressou todos nos versos de suas
canções. Amou tanto que cantou o amor total, o grande amor, o amor que partiu,
o amor em lágrimas, criou as regras para se viver um grande amor, e encontrou o
amor em paz.
Vinicius foi além do tempo, além do amor, amou tanto que
mandou todo mundo “ATongada Mironga do kabuletê” para viver sua boemia e
viver em liberdade como gostava e somente ele sabia fazer.
Quando se cansou da vida regrada da ditadura militar,
acompanhou seu compadre e parceiro Chico Buarque na música Cotidiano Nº 2 –
Como dizia Chico. Uma letra de uma vida simples e repetitiva, o que o salvava
era a cachaça, a poesia e o futebol.
Vinicius não se importava em aprender sobre amor ou sobre o
que é amar, sua sabedoria estava no por vir, no dia depois do outro, no dia da
sua chegada.Ele sabia que amor e desejo eram irmãos, por vezes gêmeos, mas
nunca univitelinos. Por essas razões amava atentamente, com muito zelo, atenção
e intensidade, durando o tempo necessário até a chegada de um novo amor.
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