Ildefonso Augusto Lacerda Leite nasceu na
vila de São Vicente das Lavras, aos 8 de janeiro de 1876, filho de Luiz
Leônidas Lacerda Leite e Joana Augusto Leite, e neto de Fideralina Augusto Lima
e do major Ildefonso Correia Lima.
Depois dos estudos primários em sua terra
natal, ingressou no Seminário do Crato, então sob a direção do Monsenhor
Francisco Rodrigues Monteiro, sendo ali contemporâneo, dentre outros, de Manoel
do Nascimento Fernandes Távora e Joaquim de Alencar Peixoto.
Deixando aquele Seminário, transferiu-se para
a capital cearense, matriculando-se no Seminário da Prainha, onde estudou
humanidades e iniciou os estudos secundários, prosseguindo-os no Liceu do
Ceará, onde concluiu os seus preparatórios em fins de 1893.
Em
começos de 1894, seguiu para o Rio de Janeiro, em cuja Faculdade de Medicina
doutorou-se em 1899, havendo, aos 17 de janeiro de 1900, perante a congregação
da citada Faculdade, defendido a tese –
Ensaios de Filosofia Natural, editada pela Tipografia Guimarães, situada à
Rua Teófilo Otôni, 143, na antiga capital da República.
Depois
de formado, regressou ao Ceará, indo iniciar a sua vida clínica em sua cidade
natal, de onde se transferiu para a Vila de Princesa, no Estado da Paraíba,
matrimoniando-se ali com Dulce Campos Leite.
Na
referida Vila de Princesa, vítima dos tirocínios políticos de então, foi
barbaramente assassinado, a tiros de rifle, aos 6 de janeiro de 1902, sendo os
seus restos mortais sepultados no cemitério da sua terra natal.
O
poeta Gentil Augusto Lima, no opúsculo Eu
e a Minha Poesia (Vitória: Imprensa Oficial, 1955), deixou registrado o
seguinte soneto em torno do Dr. Ildefonso Augusto Lacerda Leite: “Tu, gênio poderoso, altivo e forte, / do
mesmo sangue de Fideralina, / estudaste no Rio a Medicina, / mas logo após tu
não tiveste sorte. // Porque, formado, apareceste à morte,/ na Vila de
Princesa, onde a assassina / mão de um covarde mata-te e fulmina /,morrendo o
grande médico do Norte. // Com os recursos da Ciência e a Natureza, / tu
curavas até hemiplegia / e aos cardíacos davas fortaleza...// Doente do
coração, ninguém morria / pois chegando às mãos do médico, / em Princesa: o
doutor Ildefonso o salvaria!”.
Os
pormenores que envolveram o seu assassinato foram relatados pelo seu sogro,
coronel Erasmo Alves Campos, no opúsculo – Memorial
–, publicado em Fortaleza, pela Tipografia Econômica, em 1902, segundo do
Barão de Studart.
Igualmente acerca desse crime rumoroso, pode ser lido o livro – Peste e Cobiça: A Inveja e o Ódio Tramam
Contra o Amor no Alvorecer do Século XX (João Pessoa: Gráfica do jornal A União, 2010), de Sebastião Lucena.
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