Página exclusiva para os confrades e confreiras da nossa irmandade. Está disponível para publicação de arquivos, textos, poesias e notícias relativas à cultura popular.
segunda-feira, 25 de março de 2013
quinta-feira, 21 de março de 2013
O SUMO PONTÍFICE E O MINISTÉRIO PETRINO Barros Alves
Em
debates dos quais participei no período da vacante sede papal, iniciada com a
renúncia do então Papa Bento XVI (agora Papa Emérito), repeti à saciedade que a
Igreja Católica Apostólica Romana não deve jamais ser analisada com o olhar das
categorias filosóficas expressas na dialética marxista. A Igreja, instituição
formada por seres humanos falíveis tem, no entanto, uma origem divina, que só o
dado da fé consegue prover a sustentabilidade para o entendimento das ações
formuladas no plano eclesial, ditadas pela inspiração do Espírito Santo.
Por
esses dias em que a Igreja Católica mobilizou-se em todo o mundo, em orações,
com vistas a que o Espírito Santo iluminasse o Colégio Cardinalício para a
escolha do Sumo Pontífice, eis que um séquito de personalidades desvestidas de
qualquer ligação com a eclesiologia romano-católica, muitos analistas dos quais
sequer professando uma religião, intentaram determinar o como deveria ser ou
não ser o caminho mais correto para a Igreja. Ora, se não lhes assiste sequer o
mais elementar conhecimento da matéria em discussão, mais ainda falece-lhes a
legitimidade para a indevida intromissão.
Ademais
disto, a Igreja Católica, nas suas principais decisões, como é o caso da
eleição de um Sumo Pontífice, não se pautará jamais pelo olhar profano,
temporal, porque ela não é uma multinacional. Assim o reafirmou o Papa
Francisco na homilia proferida por ocasião da primeira Missa que celebrou como
líder maior da Igreja. Com a proficiência e discernimento que dele já
esperávamos, o Santo Padre, Papa Francisco, lecionou peremptoriamente que sem a
confissão do mistério do Deus encarnado, do nome de Jesus Cristo crucificado, a
Igreja se tornaria tão-somente uma ONG piedosa.
É, destarte, esta confissão decisiva para a substância da fé, inequívoca
para o cristão, que torna a Igreja uma instituição diferente, sempre renovada,
mas assentada na tradição dos Apóstolos e mártires. De modo que para alcançar
as multidões, como se viu nos dias recentes, o Papa não precisa ser pop como
quer o mundo, porque “o mundo jaz no maligno”.
Mas, afinal de contas, o que é ser Papa?
Nas conversas que teve com o jornalista e
vaticanista Vittorio Messori, publicadas em língua vernácula em livro sob o
título “Cruzando o Limiar da Esperança”, o Beato João Paulo II diz que ser Papa
constitui a um tempo um escândalo e um mistério. A metáfora proferida por um
dos mais importantes Pontífices da Igreja Católica, coaduna-se com a Palavra do
Apóstolo Paulo, quando afirma que “nós pregamos o Cristo crucificado, escândalo para os judeus e
loucura para os pagãos”.(I Coríntios, 1,23).
Com efeito, ser Papa nos dias hodiernos constitui a maior
loucura em face do mundo desagregado por ideologias malsãs e impenitentes
inimigos da Igreja, os quais, travestidos de cordeirinhos, imiscuem-se nas
instituições da sociedade e no próprio Corpo de Cristo, com o fito de miná-los,
carcomê-los, destruí-los por dentro. Assim tem sido a ação nefasta e deletéria,
sobretudo para a juventude, do marxismo (hoje com outras vestimentas) e de
pensamentos como a Teologia da Libertação, nascida no ventre da própria Igreja
cristã, mas embalada pela dialética marxista.
Ser Papa é confessar ao mundo que Cristo é o Filho do Deus vivo, como fez Pedro, o primeiro da Sé Apostólica. E, como assevera João Paulo II, “tendo isto como pano de fundo, um pano de fundo histórico, pouco importam expressões como Sumo Pontífice, Vossa Santidade, Santo Padre. Importa o que provém da Morte e Ressurreição de Cristo. É importante o que provém do poder do Espírito Santo”, exatamente porque, consoante a mensagem evangélica, “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina". (I Coríntios, 1,18).
O Papa Francisco, na sábia mensagem inicial como Pontífice, deseja que reafirmemos o “escândalo” e o “mistério” que são os Evangelhos, de cuja mensagem ele, o Pontifex Maximus, sucessor de Pedro, é o principal vocacionado para disseminá-la por todo o mundo. Sem esquecer o compromisso da Cristandade, uma vez que, como afirmava-se já ao tempo dos Padres Apostólicos, nos começos do Cristianismo, “Christianus alter Christus”, ou seja, o cristão é um segundo Cristo. O Papa Seu representante na Terra.
Portanto, diante da indiferença religiosa ditada pela pós-modernidade nesta “sociedade líquida” (Zgmunt Baumann), em que as efemeridades preconizam a morte das tradições mais caras à humanidade, como aquelas depositárias da fé católica; e em face das incompreensões de uma sociedade alheia à Transcendência, cega aos fatos apocalípticos e surda ao chamamento profético da Igreja, cumpre lembrar a todos que o titular do Pontificado romano-católico, o Vigário de Cristo, é bem mais do que uma dignidade, como lembra o Beato João Paulo II; mas, constitui, sobretudo e principalmente, um serviço. Enfim, o ministério petrino tem como fim o bem da Igreja e dos fiéis.
domingo, 17 de março de 2013
OITAVAS A UM PLANTADOR DE SONHOS EM LAVOURA ÚMIDA DE POESIA - Barros Alves.
Meu caro Dimas Macedo
O teu livro é um torpedo,
Eis um poeta sem medo
De enfrentar a solidão,
Qual o Homero da Odisseia
O teu verso é epopeia,
És zelota da Judeia
Fazendo a revolução.
Tu me deste uma “Lavoura...”
Que já não é mais caloura
Onde a Poesia estoura
Numa sublime explosão!
E eu colhi com alegria
Esta magna cantoria,
Digo que há muito eu não via
Tão poética “plantação”.
“Lavoura Úmida” de rimas,
De fantasias opimas,
Meu caro poeta Dimas,
Teu verso tem perfeição;
Enleva a tua escritura,
Que é tempestade e ternura,
Tua poesia pura
É lucidez e paixão.
Este teu cantar alado,
Majestoso e ritmado,
Do coração libertado,
É sonho, grito, ilusão...
São vagas encapeladas,
São as orações rezadas
Por gentes nordestinadas
Carregadas de emoção.
As solidões dos momentos,
Do povo pobre os lamentos,
Dos heróis os sofrimentos
Tu cantas com precisão.
E a vastidão do poema,
A imensidão do tema
Transformam teu teorema
Em divina criação.
Dimas, amigo de guerra,
O teu verso não emperra,
Tua poesia encerra
A mais profunda emoção:
É grito desesperado,
É um sorriso pejado,
Sonho peito encravado
Qual punhal de Lampião.
É Quixote, é Sancho Pança,
Os Doze Pares de França,
É tempestade é bonança,
É o mais fero furacão.
É mito, é rito, é edito,
É hino, é reza, é bendito
E é balido de cabrito
Nas quebradas do sertão.
Lusa lira de Camões,
De Vieira é “Os Sermões”,
Cantoria dos sertões
Sem perder a erudição,
Tua inspiração não falha,
É fragrância que espalha;
Teu verso é como navalha
Penetrando o coração.
No verso encontraste a meta,
Se por um lado és esteta
Por outro lado és profeta,
Das musas tens a unção.
O teu verso é mais bonito,
É riso, é lamento, é grito
Subindo pelo infinito,
Se espargindo na amplidão.
“Lavoura Úmida”, de fato,
Prova que és poeta nato,
Pois trazes no peito intacto
O delírio da ilusão.
Os frágeis versos que faço
E o perfil que agora traço
Mando-te com o meu abraço
Cheio de admiração.
(Fortaleza, 1990)
NOTAS À HISTÓRIA POLÍTICA DE LAVRAS: DIVERGÊNCIAS NO PERÍODO OITOCENTISTA NAS PÁGINAS DE O ARARIPE - João Tavares Calixto Júnior.
sábado, 16 de março de 2013
EU QUERIA APENAS - Viver na realidade que Dimas Macedo nos provoca em seus poemas - Fátima Lemos
Eu queria apenas
Retirar girassóis do quadro
de Van Gogh
Observar a simetria das
cores
Alcançar os sinos de
Nazaré.
Eu queria apenas
Tocar o céu hermoso
E contemplar as estrelas.
Eu queria apenas
Abrir a porta do meu peito
Sentir-me no paraíso do
amor
E deixar marcas
Por entre neves.
Eu queria apenas
Fazer soar o bandolim
Com cordas afinadas
E dançar com a alma
Tangos de Gardel.
Eu queria apenas
Sob as luzes de Castelos
Medievais
Ouvir o ressoar dos sinos
E repaginar sonhos.
Eu queria apenas
Por entre as cordilheiras
Poder recitar em voz alta:
“Não te amo como se fosse
rosa de sal,
topázio ou flecha de cravos
que propagam o fogo;
te amo secretamente, entre a sombra e a alma”.
te amo secretamente, entre a sombra e a alma”.
Eu queria apenas
Brindar com taças de cristal
O vinho que traz consigo
O aroma do nosso amor.
Eu queria apenas
Aquecer os meus lábios
Na brisa do Tejo
Sob o calor do teu corpo.
Eu queria apenas
Compreender Guadalupe
Como inspiração à
liberdade.
Assinar:
Postagens (Atom)